
CNJ cria grupo de trabalho para propor mudanças no contencioso pós-reforma tributária

O Conselho Nacional de Justiça (“CNJ”) instituiu um grupo de trabalho para discutir a estrutura do contencioso judicial envolvendo a CBS e o IBS, os dois novos tributos criados pela reforma tributária. A medida consta da Portaria CNJ nº 96/2025 e reflete a preocupação com a atual divisão de competências entre a Justiça Federal e a Justiça Estadual, que pode gerar insegurança jurídica e dificultar a uniformização dos entendimentos.
O grupo será presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, e terá 45 dias para apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (“PEC”). A composição envolve representantes do Judiciário, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), da AGU, de procuradorias estaduais e municipais, além de integrantes do Congresso e da advocacia.
O debate sobre a criação de um modelo judicial mais eficiente para os novos tributos já vinha sendo pautado pela equipe econômica, que, em março, sugeriu a criação de um foro nacional e de uma nova ação judicial com competência do STJ para julgar controvérsias sobre a CBS e o IBS. A proposta, contudo, não foi formalmente encaminhada ao Congresso.
A construção institucional do contencioso pós-reforma será decisiva para a segurança jurídica da CBS e do IBS. Um modelo claro e coeso pode evitar a multiplicação de litígios e garantir maior previsibilidade para contribuintes e para a administração tributária.
Por César de Lucca